sábado, junho 30, 2007

Grande Prémio TV da Canção 1967

Terminado o ano de 1966, o novo ano de 1967 trouxe novos projectos para o Duo Ouro Negro. Estava em preparação um LP que começava a trilhar o futuro deste Duo além do Atlântico Mulowa Afrika, e pela primeira vez iriam participar num festival de música em Portugal, ainda denominado de Grande Prémio TV da Canção (mais tarde Festival da Canção).

O festival ia no 4º ano e contava com nomes bem conhecidos como Artur Garcia, Maria de Lurdes Resende, Marco Paulo, Eduardo Nascimento, António Calvário...

Raul e Milo entram com o pé direito no festival com a música Quando Amanhecer, conquistando na 1ª eliminatória o 1º lugar com 72 pontos, tendo seguido à 2ª eliminatória com Marco Paulo (54 pontos) e Maria de Lurdes Resende (53 pontos).

Na 2ª eliminatória a luta foi renhida com o Eduardo Nascimento que passou à final em 1º lugar com 78 pontos, seguido do Duo Livro sem Fim com 76 pontos, e ainda Artur Garcia com 55 pontos.

Na grande final o Duo ficou em 2º lugar (78 pontos) com Quando Amanhecer, ganhando o Eduardo Nascimento “E o Vento Mudou” com 120 pontos.

Acompanhados por orquestra dirigida por Manuel Viegas, gravam o disco que inclui as 2 músicas que levaram ao Grande Prémio TV da Canção Portuguesa 1967.

Quando Amanhecer
Livro sem Fim

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quarta-feira, junho 20, 2007

Novos Êxitos com Conjunto Mistério

Por aqui a história do Duo Ouro Negro é contada em avanços e recuos propositados. O “passado recente” é muito importante, mas de vez em quando sabe muito bem recordar o início da década de 60, em que por qualquer casa que o Raul e o Milo passassem, eram recebidos em euforia!

Por isso resolvi trazer até estas paragens um dos temas obrigatórios em qualquer colectânea deste Duo. Cavaleiro Solitário (1964), da autoria de Monterey, está muito bem interpretado pelo Conjunto Mistério que dispensa qualquer apresentação.

O melhor é ouvir e sonhar...

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quinta-feira, junho 07, 2007

Cinema Restauração 7/6/1957

Completam-se hoje 50 anos da grande estreia do Duo Ouro Negro em Luanda no célebre Cinema Restauração.

Os cantores Raul e Emílio vindos do Norte de Angola, traziam uma actuação de folclore de Angola tendo obtido um grande sucesso nessa noite memorável. Mas a jornada para chegar à Metrópole ainda ia no início, foram precisos mais 2 anos até à estreia em Lisboa.

Na altura os jornais apontavam algumas dificuldades tais como, o facto de viverem e trabalharem ambos no Uíge, o que iria dificultar as suas actuações na capital angolana. Lembro que em 1957 não haveriam muitos artistas a ganhar a vida cantando folclore!

Uma data para recordar.

foto: Cinema Restauração, actual Assembleia Nacional (Memórias de Angola, João Loureiro)

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segunda-feira, junho 04, 2007

Foi há um ano

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Uma pequena homenagem

Raul José Aires Corte Peres Cruz nasceu no Cuanhama, filho de mãe branca e pai negro. Lá, na Chibia cheirou a terra do interior Angolano, aquela terra tão fértil que lhe encarnou a essência do homem guerreiro. No seu avião Sape-Sapeiro em Benguela, ganhou asas e imaginação que tanto usou nas suas composições e nas belas telas que pintou.

Saiu da sua Terra, cruzou o Mundo, cresceu, bebeu lá fora da mesma água que só os grandes astros bebem, adquiriu um novo nome e cantou... Cantou tanto Angola, a sua infância invulgar em Benguela, sempre, sempre ao lado do eterno Milo, até mesmo depois da morte dele. Não como presença física, mas muito mais importante como presença espiritual. O Raul dizia: “Quando o Milo morreu, senti uma enorme nostalgia, não me julgava capaz de cantar, mas certo dia ia cantar pela primeira vez sozinho no Coliseu, e sentia-me sozinho, completamente. Quando ia para entrar, senti a sua presença, e ouvi nitidamente a voz dele.”

Foi essa força inspiradora que o levou novamente a Angola, e se deparou com tanta miséria, tanta criança órfã, sedentos de amor, e ele, à sua maneira deu-lhes um pouco de conforto criando a fundação Ouro Negro.

Os amigos descrevem-no muitas vezes como uma pessoa muito serena, sempre com uma palavra amiga, e sobretudo nunca irritado. Isso prova bem a paz de espírito com que viveu a sua vida, sem alimentar ódios (nem mesmo pelo facto de nos últimos anos não estar na ribalta). Mas cumpriu a sua missão sem o sentimento de totalidade, porque a sua criatividade e sonhos não tinham fim. Ficaram projectos muito importantes por cumprir, entre eles um livro e um dvd com a história do Duo Ouro Negro.

Ele não estava preparado para morrer, acreditou até ao fim na sua recuperação, mas um linfoma em estado muito avançado terminou de vez com a sua esperança, tendo tido ainda tempo para receber o seu grande amigo Manuel Bobone, e pedir ao afilhado Nelson que se cumprisse o seu último desejo. Desejo esse que há muito ele tinha deixado no seu “testamento” onde dizia “e a terra o meu corpo não engula, para que não fique um marco de saudade, que me ponham numa pira de takula, e me queimem com acácias de verdade”.

Assim seja lembrado.

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sexta-feira, junho 01, 2007

Recordar Raul Indipwo

Junho é um mês para recordar Raul Indipwo. No próximo dia 4, completa-se o 1º ano do seu desaparecimento físico, e seria impossível deixar passar em branco o dia que vestiu de luto todos os que cresceram com o encanto da sua presença.

Para grande amnésia bastam as rádios e as televisões que se esquecem tão cedo dos artistas que partem. Para quando uma grande homenagem?

Até dia 4!

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