Saudade de Milo
Nasceu em Benguela, mas foi em Sá da Bandeira (Lubango) que iniciou a sua carreira aos 17 anos, tocando o seu violão. Entretanto foi trabalhar como regente agrícola para o Norte de Angola, e na antiga Vila Carmona (Uíge), encontrou um amigo de infância de Benguela, chamado Raúl.
Raúl Aires Peres era tesoureiro de uma firma de Luanda, e deslocava-se frequentemente a Malange, o gosto pela música era idêntico ao de Milo, e assim numa festa acidentalmente acabaram por tocar juntos, e o espanto dos presentes surpreendeu de tal forma os dois músicos que nasceu assim este grupo. Foi o início de uma carreira fulgurante, no Uíge para o Rádio Clube do Congo Português, onde foram baptizados de Ouro Negro, do Uíge para o Cinema Restauração em Luanda (1957), de Luanda para Lisboa (1959), de Lisboa para o Mundo (1960). E garanto-vos que não é exagero, percorreram todos os países do Mundo, à excepção de 3 países da América Central. O resto já todos conhecem, tiveram dezenas de sucessos, e tornaram-se verdadeiras vedetas internacionais. Como tal, fechavam quase sempre todos os espectáculos, e normalmente o cansaço já se tinha apoderado dos cantores. Era aí que o Milo soltava a sua piada “Vamos matar o porco?” E lá iam eles fechar mais um espectáculo, tanto aqui como no Brasil, ou no Japão. Não era por acaso que Raúl o descrevia muitas vezes como um autentico “bonacheirão”, um “tipo porreiro”, e “muito bem disposto”.
O último trabalho discográfico de Milo foi o LP “Aos Nossos Amigos” que ficou pronto no final de 84, infelizmente um edema, não permitiu que Milo fizesse a sua derradeira digressão, vindo a falecer no dia 20 de Fevereiro de 1985. Faz hoje 22 anos.
Kalunga Milo!
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